Calendário 2010

Calendário 2010

domingo, 22 de novembro de 2009

Crítica “As Horas”



Três Histórias de vidas que se entrelaçam


O filme “As Horas” foi o segundo filme dirigido por Stephen Daldry, diretor de teatro e cineasta inglês. Antes de se tornar realizador, Stephen Daldry, teve um considerável percurso nas artes de palco, primeiro como ator de peças juvenis e até mesmo como palhaço num circo. Stephen Daldry também trabalhou como diretor e produtor no rádio e na televisão, e seu curta-metragem Eight foi indicado ao Bafta em 1999. Também dá aulas de teatro contemporâneo na Universidade de Oxford. O diretor Stephen Daldry, mostra na essência de "As Horas" seu profundo respeito pelas mulheres e os desafios que elas enfrentaram ao longo dos turbulentos e imprevisíveis acontecimentos do século XX. O filme histórias sobre a vida de três mulheres em tempos diferentes. A primeira história é sobre a própria Virginia Woolf que, em 1923, escrevia Mrs. Dalloway e lutava contra uma crise de depressão e idéias de suicídio. Conta também a história de Laura Brown, que em Los Angeles de 1949, planeja fazer uma bela festa de aniversário para seu marido, porém começa a ler Mrs. Dalloway e não consegue mais parar ler o livro. Clarissa é uma mulher da Nova York moderna.

No ano de 2002, ele dirigiu o filme As Horas, uma adaptação do romance homônimo, que abordava a vida da escritora Virgínia Woolf e uma das suas personagens Mrs. Dalloway. É um filme que revela a alma feminina, no qual durante a exibição, nos artifícios da trama, outras mulheres se reconhecem no drama existencial de cada uma das personagens, humanizando assim o lado da ficção. A escritora Virgínia Woolf é uma mulher que gostaria de ser uma personagem de um romance e termina sendo uma das personagens do filme que conta a história de um de seus livros. No decorrer do filme, mostra três histórias todas em espaços temporais distintos, mas intercaladas na narrativa. Virginia Woolf é afastada da vida agitada de Londres por seu marido, a conselho médico, percebem-se a cada dia, mais infeliz e amargurada. A mesma é retratada na altura em que escreve o livro em questão, onde seus conflitos internos são repassados para a obra, inclusive o suicídio.

Laura é uma dona de casa, esposa e mãe, a qual encontra-se em desespero, presa a um casamento em que seus sentimentos são meramente artificiais. Clarissa é uma mulher bem sucedida, que vive um relacionamento lésbico de longa duração. Clarissa dá uma festa em comemoração à um importante prêmio à obra poética de Richard. Richard vive em um ambiente isolado. Um pequeno apartamento frio e sujo, no qual ele encontra-se bastante debilitado pela AIDS. As três mulheres vivem nessa história, lutas e sofrimentos, presas no tempo e no espaço, nos seus próprios espaços, nas suas vidas. Cada uma delas luta para dar um sentido à suas existências na busca da tão procurada “felicidade”. Esse filme nos mostra que é a emoção limite, que nos leva a tomar decisões e fazer escolhas que modificam a nossa vida para sempre.

O figurino do filme é perfeito, e ajudou a moldar Virginia com os sapatos, os tecidos e até mesmo um lenço, tudo permitiu que a atriz reagisse de forma fiel à época. As cores bem fortes pretendiam ligar tudo, o filme inteiro, juntar tudo através das cores, as quais a iluminação ajudou em tudo. As câmeras respeitavam os atores, permitindo-os que controlassem os efeitos emocionais. Assim, os elementos unificadores estiveram no padrão de edição, na paleta de cores, nos movimentos da câmera de história para história e nas técnicas de revelação da película.

“As horas” é um filme, que pode ser trabalhado em sala de aula, principalmente com alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e do ensino médio com aulas pautados por oficinas com dinâmicas participativas, discussões teóricas e exibições do vídeo. Tais atividades permitiram aos alunos debater e problematizar o impacto de atitudes, práticas e crenças discriminatórias relativas às práticas sexuais e seus próprios compromissos com uma educação transformadora, inclusiva e pluralista. Com esse trabalho em sala de aulas com jovens e adolescentes, visa sensibilizar os alunos sobre a importância das discussões acerca das diversas formas de expressão da sexualidade que constitui em um importante mecanismo de fortalecimento da educação, tanto no âmbito da formação pessoal, como também social. Portanto ajuda a desmistificar as idéias acerca da homossexualidade, identidade de gênero, orientação sexual, epidemia de AIDS e homofobia contribui para a construção de uma sociedade mais igualitária e tolerante às diferenças.

Nenhum comentário: